domingo, 29 de agosto de 2010

Humildade e Gratuidade


(29/8/2010) Olhar para Cristo como modelo de humildade e de gratuidade. Este o convite dirigido pelo Papa Bento XVI aos milhares de pessoas congregadas neste domingo ao meio dia no pátio interno do palácio apostólico de Castel Gandolfo para a recitação da oração mariana do Angelus. O Santo Padre comentava o trecho do Evangelho do dia e a parábola na qual Jesus, convida num banquete de núpcias a sentar-se no ultimo lugar.

O ultimo lugar – disse Bento XVI - pode de fato representar a condição da humanidade degradada pelo pecado, condição da qual somente a encarnação do Filho unigênito a pode levantar. Por isso o próprio Cristo - acrescentou o Papa citando a sua encíclica “Caritas in Veritate” ocupou o ultimo lugar no mundo – a cruz – e precisamente com esta humildade radical redimiu-nos e ajuda-nos constantemente.

Segundo Bento XVI, de Jesus aprendemos a paciência nas tentações, a mansidão nas ofensas, a obediência a Deus na dor, á espera que Aquele que nos convidou nos diga: “amigo, sobe mais para cima”; o verdadeiro bem, de fato – concluiu – é estar perto dele.
Depois da recitação do Ângelus o Papa recordou que na próxima quarta feira 1 de Setembro se celebra na Itália a jornada para a salvaguarda da criação, promovida pela conferencia episcopal italiana, e que é importante também no plano ecumênico:
Este ano recorda-nos que não pode haver paz sem respeito pelo ambiente. De fato temos o dever de entregar a terra ás novas gerações num estado tal que também elas possam habitá-la dignamente e a possam conservar ulteriormente. Que o Senhor nos ajude nesta tarefa.

Na saudação em língua espanhola Bento XVI quis recordar com afeto particular os 33 mineiros presos há três semanas na mina de Copiapo, norte do Chile.
A eles e aos seus familiares, o Papa encomendou-os á intercessão de S. Lourenço assegurando-lhes a sua proximidade espiritual e as suas continuas orações para que mantenham a serenidade na expectativa de uma feliz conclusão dos trabalhos que estão a ser efetuados para se chegar ao seu resgate. O Santo Padre convidou a todos a acolher a Palavra de Cristo para crescer na fé, humildade e generosidade. E concluiu com estas palavras.” Feliz Domingo”

Fonte: Rádio Vaticano

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Centenário de nascimento da Beata Teresa de Calcutá


No dia 26 de Agosto assinalam-se os 100 anos do nascimento de Madre Teresa de Calcutá. Uma ocasião para relembrar a vida e a obra desta santa missionária, beatificada por João Paulo II em 2003.
Na Índia, “pátria adoptiva” da missionária, que ali exerceu grande parte do seu trabalho, os festejos começaram dia 17, com uma vigília geral de oração, para todas as paróquias de Calcutá.
Esta cidade, sede da Casa Mãe das Missionárias da Caridade, congregação fundada por Madre Teresa, prevê abrir oficialmente as comemorações no dia 26, com uma celebração eucarística presidida por D. Telesphore Toppo, arcebispo de Ranchi.
Para honrar a “missionária do século XX”, estão previstos um conjunto de programas no território indiano, desde simpósios, espectáculos de dança e teatro, organizados pela Conferência Episcopal da Índia, com a colaboração da UNESCO.
O presidente indiano, Pratibha Patil, vai proclamar a data de nascimento de Madre Teresa, como “Dia de Jornada Nacional pelos Órfãos”, reconhecendo assim o trabalho da Beata, em favor das crianças vítimas de abandono e solidão, no país.

Um pouco por todo o mundo, são muitas as iniciativas preparadas para comemorar este centenário, em especial nas republicas da antiga Jugoslávia, que têm uma ligação muito forte com aquela figura histórica da Igreja.
Na República da Macedónia, terra natal de Madre Teresa, os festejos vão durar até ao final deste ano. No dia 26 vai decorrer uma sessão de homenagem em Skopje, levada a cabo pelo parlamento macedónio, após a qual será apresentado o prémio nacional “Madre Teresa”.
Na Sérvia, a data será assinala com uma missa solene na Catedral do Sagrado Coração, presidida por D. Stanislav Hocevar, arcebispo de Belgrado. A ocasião servirá para inaugurar uma exposição de fotografia, da autoria do croata Zvonimir Atietic, na Casa Memorial “Madre Teresa”.
Filha de pais albaneses, a missionária vai ser honrada com uma peregrinação nacional até à Catedral de Vau-Dejes, na Albânia, seguida de uma eucaristia presidida por D. Rrok Kola Mirdita, arcebispo de Durres-Tirana.
Por sua vez, o Kosovo decidiu proclamar 2010 como o “Ano de Madre Teresa”, e vai celebrar no dia 5 de Setembro uma festa litúrgica, dedicando a Madre Teresa uma igreja-santuário em Pristina.
Em Roma, o Cardeal Angelo Comastri, vigário geral do Papa para a Cidade do Vaticano, vai presidir a uma missa na Basílica de São Lourenço, no dia 26. Nela irá participar a congregação das Missionárias da Caridade, que se encontram presentes na capital italiana.
Em outras cidades da Europa irão decorrer várias vigílias de oração e celebrações eucarísticas, como por exemplo em Madrid, Copenhaga e Mónaco.

Fonte: Rádio Vaticano
Foto: Banco de Imagens do Google


terça-feira, 10 de agosto de 2010

Aniversário natalício de D. Arquiabade Emanuel


Dom Emanuel D´Able do Amaral nasceu no Rio de Janeiro, no bairro de Santa Teresa, no dia 13 de agosto de 1957. Filho de Joaquim Dias do Amaral (carioca) e de Catarina Lúcia d’Able do Amaral (Pernambucana). Nome civil: Joaquim Augusto d’Able do Amaral.
Antes de entrar para a vida monástica morou nas cidades do Rio de Janeiro, Vassouras (RJ), São Lourenço (MG), Engenheiro Paulo de Frontin (RJ) e Valença (RJ).
Entrou para a Ordem de São Bento em 30 de janeiro de 1978, no Mosteiro de São Bento de São Paulo. Nesse mosteiro iniciou o postulantado e mais tarde o noviciado. Além da formação monástica básica estudou latim, francês e grego bíblico. Em 1979 iniciou o Curso de Filosofia no Mosteiro de São Paulo, terminando em 1981.
Participou como membro fundador do Mosteiro da Ressurreição de Ponta Grossa. No Ifiteme (Instituto de Filosofia e Teologia Mater Ecclesiae) estudou Teologia de 1982 a 1985. Alem do grego bíblico também estudou hebraico. Em 1985 foi nomeado Sub-Prior do Mosteiro. Foi ordenado sacerdote em 7 de dezembro de 1985 em Engenheiro Paulo de Frontin RJ por Dom Waldyr Calheiros de Novaes (Bispo de Barra de Piraí-Volta Redonda).
Esteve em Roma de 1987 a 1989 estudando Teologia Bíblica (Licenza Specializata = mestrado no Brasil) na Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Gregoriana, residindo no Colégio Santo Anselmo, sede Ordem de São Bento, no Monte Aventino.
Retornando ao Brasil em 1989 iniciou sua carreira como Professor de Sagrada Escritura no Ifiteme. Foi nomeado pelo Bispo Diocesano de Ponta Grossa como um dos “Diretores Espirituais do Seminário Diocesano”. Foi também eleito Co-Visitador pelo Capítulo Geral da Congregação Beneditina do Brasil em 1993.
Foi professor até 22 de junho de 1994 quando foi eleito 79° abade do Mosteiro de São Bento da Bahia. Sendo instalado no cargo na tarde do dia 23 de junho por Dom Basílio Penido, Abade Presidente da Congregação Beneditina do Brasil. Recebeu a bênção abacial no dia 11 de setembro de 1994, na Catedral Basílica, de Dom Frei Lucas Cardeal Moreira Neves O.P.
Sendo o Mosteiro da Bahia elevado pelo Papa João Paulo II à categoria de Arquiabadia em 24 de novembro de 1998, foi “ipso facto” elevado ao cargo de Arquiabade.
Foi eleito Abade Presidente da Congregação Beneditina do Brasil em 1° de maio de 2002 no Capitulo Geral em Brasília (DF) e reeleito no último Capítulo Geral da Congregação Beneditina do Brasil, reunido no Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, no dia 27 de abril de 2008, para mais um e último mandato de três anos.
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Foto: Academia de Letras da Bahia

sábado, 7 de agosto de 2010

Onde está nosso tesouro?


"Assim fala um rico tolo, no escuro da sua zelosa solidão! Pensa só. E só pensa em si! Dialoga, em surdina, com os seus livros de contas de somar! Entretendo-se, em conversa fiada, com os seus números. O seu nome nem sequer é conhecido.
Pobre tolo! Este homem rico não presta contas à vida, e muito menos conta com Deus para alguma coisa. Engorda, em vez de crescer! E morrerá, sem nunca viver!
Esta parábola presta-se a muitas e interessantes reflexões. Podíamos falar do ridículo da ganância e do risco das riquezas; como podíamos aproveitar a frase do rico tolo, como verdadeiro programa da cultura da curtição: «descansa, come, bebe e aproveita» (Lc.12,19)! Mas o que mais me impressiona é o «erro de cálculo» deste homem! A ciência dos números, e das suas contas feitas de cabeça, não lhe permitiram aprender a sabedoria do coração.
Era essa sabedoria do alto, que invocava o Salmista, ao rezar: «Ensinai-nos, Senhor, a contar os nossos dias, para chegarmos à sabedoria do coração» (Salmo 90,12). Pede a sabedoria, para aprender a medir os tempos e as idades da vida; para distinguir o urgente do essencial; para não se ofuscar com a luz que reluz do ouro falso da vaidade. Não seja este o tempo da insensatez, do homem terreno, numa avareza desmedida de ter e de comer o mundo com os olhos.
Quem quer ter o prazer dos frutos da colheita, sem se dar a saboreá-los, colhe a desgraça de morrer antes do fim. O homem novo aspira às coisas do alto, e, por isso, jamais “renuncia à poesia, ao amor e à santidade”…
Iniciamos o mês de agosto. É uma boa ocasião, para avaliar o ano percorrido. Este é o tempo propício a dissipar tensões, repressões, desilusões e perdas somadas. Este é o tempo da poesia e da “sabedoria”, tempo de conhecer e de celebrar o amor, tempo de entregar a alma a Deus, para entrar no coração de Cristo e descobrir ali o profundo segredo da nossa vida escondida, o lugar certo do nosso repouso, onde tudo se passa e acontece.
Recentemente li O conto Retrato de Mônica" da obra Contos Exemplares: de Sophia de Mello Breyner Andresen, considerada uma das poetisas e escritoras mais importantes da Literatura Portuguesa.. O conto relata como Mônica lida com a sua vida social, mas ao mesmo tempo com a sua vida pessoal. Irei expor apenas um excerto:
Mônica é uma pessoa tão extraordinária que consegue simultaneamente: ser boa mãe de família, ser chiquérrima, ser dirigente da «Liga Internacional das Mulheres Inúteis», ajudar o marido nos negócios, fazer ginástica todas as manhãs, ser pontual, ter imensos amigos, dar muitos jantares, se dar com todos para que todos gostem dela, estar sempre divertida, ser um belo exemplo de virtudes, ter muito sucesso e ser muito séria.
Tenho conhecido na vida muitas pessoas parecidas com a Mônica. Mas são só a sua caricatura. Esquecem-se sempre de algo que a Monica faz tão bem. Por trás de tudo isto há um trabalho severo e sem tréguas e uma disciplina rigorosa e constante. Pode-se dizer que Mônica trabalha de sol a sol. Isto obriga Mônica a observar uma disciplina severa.
Mônica nunca tem uma distração. Todos os seus vestidos são bem escolhidos e todos os seus amigos são úteis. Como um instrumento de precisão, ela mede o grau de utilidade de todas as situações e de todas as pessoas. É por isso que Mónica, tendo renunciado à santidade, se dedica com grande dinamismo a obras de caridade. Ela faz casacos de tricô para as crianças que os seus amigos condenam à fome. Às vezes, quando os casacos estão prontos, as crianças já morreram de fome. Mas a vida continua. E o sucesso de Mônica também. Ela todos os anos parece mais nova. A miséria, a humilhação, a ruína não roçam sequer a barra dos seus vestidos. Entre ela e os humilhados e ofendidos não há nada de comum. Não é o desejo do amor que a une a tudo isto, mas justamente uma vontade sem amor.
De fato, para conquistar todo o sucesso e todos os gloriosos bens que possui, Mônica teve que renunciar a três coisas: à poesia, ao amor e à santidade.A poesia é oferecida a cada pessoa só uma vez e o efeito da negação é irreversível. O amor é oferecido raramente e aquele que o nega algumas vezes depois não o encontra mais. Mas a santidade é oferecida a cada pessoa de novo cada dia, e por isso aqueles que renunciam à santidade são obrigados a repetir a negação todos os dias".
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Fonte: Trecho da homilia de D. Agostinho Carvalho OSB (1º de agosto de 2010 - Mosteiro de S. Bento - Salvador)
Foto: Banco de imagens do Google

domingo, 1 de agosto de 2010

Os santos são os que adquiriram um coração sapiente (Bento XVI)


Os santos são os verdadeiros sapientes, que souberam “acumular” aquilo que não se corrompe e pôr de lado o que irremediavelmente se corrompe – recordou Bento XVI, neste domingo, ao meio-dia, em Castelgandolfo, antes da recitação do Angelus. Após as Ave Marias, o Papa congratulou-se com a entrada em vigor, precisamente neste dia, da Convenção sobre a eliminação das minas anti-pessoa que tantas vítimas tem feito, apelando aos Estados que ainda o não fizeram a subscreverem sem mais tardar esta Convenção internacional.
Comentando o Evangelho do dia, o Pontífice começou por evocar diversos santos cuja memória litúrgica ocorre nestes dias: Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus (sábado, 31 de Julho); hoje, 1 de Agosto, Santo Afonso Maria de Liguori, fundador dos Redentoristas, proposto por Pio XII como padroeiro dos confessores. Nos próximos dias: Santo Eusébio, bispo do Piemonte, e o Cura d’Ars, São João Maria Vianney.
"Estes homens adquiriram um coração sapiente, acumulando o que não se corrompe e pondo de lado o que é irremediavelmente precário no tempo: o poder, a riqueza e os prazeres efémeros, Escolhendo Deus, eles possuíram todas as coisas necessárias, provando - desde a vida terrena – a eternidade."
Bento XVI observou que no Evangelho deste domingo, o ensinamento de Jesus diz precisamente respeito à verdadeira sabedoria, com a parábola do rico insensato.
"Na Bíblia o homem insensato é aquele que não dar conta, a partir da experiência das coisas visíveis, que nada dura para sempre, mas tudo passa: tanto a juventude, como a força física, as comodidades como as funções de poder. Fazer depender a própria vida de realidades assim tão passageiras é, portanto, insensatez. O homem que, pelo contrário, confia no Senhor, não teme as adversidades da vida, nem sequer a inelutável realidade da morte: é o homem que conseguiu um coração sapiente, como os Santos."
Antes da recitação da oração mariana, Bento XVI quis ainda recordar algumas ocorrências dos próximos dias: que amanhã se poderá lugar a indulgência chamada “da Porciúncula”, “o perdão de Assis”, que São Francisco obteve do Papa Honório II em 1216; na quinta-feira, 5 de Agosto, a dedicação da basílica romana de Santa Maria Maior, honrando a “Mãe de Deus”, aclamada com este título no concílio de Éfeso, em 431; e finalmente, na sexta-feira, dia 6, o aniversário da morte do Papa Paulo VI, na festa da Transfiguração do Senhor.

Foi depois da recitação do Angelus que o Papa exprimiu a sua “viva satisfação” pela entrada em vigor, neste mesmo dia, da Convenção sobre a rejeição total das minas anti-homem, que provocam, sublinhou, danos inaceitáveis nos civis.
"Penso antes de mais nas numerosas vítimas que sofreram e continuam a sofreram graves danos físicos e morais, até mesmo a perda da vida, por causa destes insidiosos instrumentos (de morte), cuja presença no terreno muitas vezes impede, por um longo período, o retorno à vida quotidiana da parte de inteiras comunidades."
O Papa exortou todos os Estados a aderirem a esta Convenção, com a qual (observou) a comunidade internacional demonstrou sabedoria, largueza de horizontes e capacidade de procurar um resultado significativo no campo do desarmamento e do direito humanitário internacional.
"Encorajo e faço votos de que se continue cada vez com maior vigor por este caminho, para a defesa da dignidade e da vida humana, para a promoção do desenvolvimento humano integral, para o estabelecimento de uma ordem internacional pacífica e para a realização do bem" comum de todas as pessoas e povos.
"Nas saudações finais, em diversas línguas, não faltou uma em português:

Queridos peregrinos de língua portuguesa: saúdo cordialmente a todos vós, de modo especial aos brasileiros de Piraquara. Que Deus manifeste sobre todos vós a Sua inesgotável bondade para que sejais renovados nos vossos bons propósitos de vida cristã. Que Deus vos abençoe!"


Fonte: Rádio Vaticano