terça-feira, 29 de março de 2011

CNBB faz alerta


Campanha da CNBB alerta sobre a falta desse recurso no mundo.

Os números são de assustar: 13% da população mundial (ou algo próximo a 900
milhões de pessoas) vivem sem acesso à água potável. Para piorar, outros 39% (ou
aproximadamente 2,6 milhões de pessoas) não contam com saneamento básico. E neste
quesito, o Brasil não escapa da mesma sina: o País tem apenas 48% de seu esgoto
doméstico tratado, apesar de Amazônia concentrar 20% da água doce do mundo. Ou
seja, se algo não for feito a respeito e com a população sempre crescente, a tragédia já
está anunciada: fatalmente a poluição chegará aos recursos hídricos.

Numa outra ponta dessa mesma escala, há ainda um outro quadro dramático: a falta
de saneamento básico é responsável pela morte direta de 1,5 milhão de crianças com
menos de cinco anos, vitimadas por diarréia.

Por isso mesmo, a Campanha da Fraternidade 2011, promovida pela Igreja Católica,
tem como tema a “Vida no Planeta”. Sua finalidade é contribuir para a conscientização
das comunidades cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento
global, e motivá-las a participar dos debates e ações que visam enfrentar os problemas e
preservar as condições de vida na Terra.

Em função da gravidade da falta de água no Planeta, a Assembleia Geral da ONU
(Organização das Nações Unidas) aprovou em 2010 a resolução afirmando que a água e
o saneamento são direitos humanos essenciais. Ao mesmo tempo, pediu aos governos e
organismos internacionais que intensificassem os esforços para sanar essas carências.

Para a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a aprovação da resolução
é significativa, porque, alerta a entidade, “neste contexto de aquecimento global e
mudanças climáticas, a tendência é que os debates relativos à problemática da água,
sejam monopolizados por uma eventual crise de oferta de água potável num futuro
próximo”.

Para exemplificar, cita a Agência Amazônia, que ano passado denunciou que navios-
tanques traficam água dos rios da Amazônia. Deputados anunciaram que iriam
investigar a situação. Chamaram autoridades do governo, mas não houve uma
investigação profunda. Em Manaus (AM), Jeff Moats, empresário norte-americano,
descobriu que água é um negócio lucrativo. Investiu US$ 12 milhões na marca Equa
Water.

A água é tirada dos arredores de Manaus. Por conta disso, a CNBB defende um amplo
debate acerca dos recursos hídricos: a revisão dos usos da água doce e dos desperdícios,
colocando no centro o direito humano, de todos os animais e da própria terra.

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