sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Oblação, oferta a Deus e aos irmãos




No mundo secular como no mundo religioso todos procuram o “silencio como espaço de encontro” com Deus e consigo mesmo. Estas foram uma das palavras proferidas por D Abade Filipe, OSB no ultimo encontro Nacional dos Oblatos Beneditinos do Brasil em Belo Horizonte. As conferências ali proferidas ainda hoje ressoam como um címbalo a nos convidar para o ofício de mais um encontro Nacional dos Oblatos Beneditinos, que acontecerá em Salvador de 25 a 30 de outubro de 2011. Com o tema Oblação oferta a Deus e aos irmãos (Teologia da Oblação). Os temas abordados nos encontros anteriores foram, o Ora et Labora, 1980 e A centralidade de Cristo na vida do Oblato em 2007. Em todos os três vejo em sua raiz a oblação tanto como eixo de vida para aqueles que vivem e trabalha no século (oblatos e oblatas) quanto para os que vivem e trabalham no mundo religioso (monges e monjas).

Oferta é algo que brota de cada um como dom e dádiva a Deus e aos irmãos então pensem como esta oferta pode ser formada e transformada num dom partilhado. O dom, Deus concede a cada um de nós em nosso batismo quando nos dá a semente da fé. A partir daí este dom é como um talento, (aqui me refiro a Mt 25,14 – 30; quando o homem que partiu em viagem chamou seus empregados e lhes deu 5,2,1 talentos ) nesta parábola há diferentes matizes exegéticas e uma que eu justaponho é que; estes talentos podem ser aplicados hoje em nossa vida quando nós colocamos nossos dons em partilha com outras pessoas.

Já no Antigo Testamento encontramos em Abraão (cf. Gn 12,1 – 3 um exemplo de oferta como dom partilhado ao obedecer à ordem de Iaweh de deixar a sua terra e sua família e partir para onde lhe era indicado ir. Aqui, esta oferta é a obediência como fidelidade à escuta. O caminho percorrido por este patriarca e por seus sucessores foi um legado que nós recebemos, e compete a nós hoje fazer frutificar e espalhar a semente outrora plantada, em terra boa e fecunda.

O talento não é só dom, mas oferta silenciosa na adesão ao mistério de Deus, que se manifesta na natureza humana e espiritual de cada um. Basta olhar o movimento diário do sol, da lua e o movimento das águas, em cada um deles a natureza humana não pode interferir, quando contemplamos este movimento da natureza não o vemos mais como um simples fenômeno natural, mas como uma relação de intimidade de Deus (criador) para com sua criatura. Assim estará o nosso coração dilatado em mais um Encontro Nacional dos Oblatos Beneditinos do Brasil aqui na cidade de São Salvador da Bahia.

Sejam todos (as) bem vindos! PAZ!

Ir. Maria de Fátima Sena Silva, OSB

Fotos: Ir. Antônio de Pádua (Ideval) Alves) Obl. OSB - II ENOB realizado em outubro de 2007 em Belo Horizonte.